XXV SEMINÁRIO NACIONAL DE
PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO
DE ENERGIA ELÉTRICA


BELO HORIZONTE - MG

10 A 13

NOVEMBRO/2019
2019 - EXPOMINAS
Grupo: GTM
Tema: Materiais Aplicados a Reatores e Transformadores:
Título: Métodos para Cálculo do Envelhecimento de Transformadores Isolados a Óleo Mineral ? Uma Revisão do Estado da Arte
Autores: Daniel Carrijo Polonio Araujo(1); Gabriel de Souza Pereira Gomes(2); Mateus Batista de Morais(3); Rafael Prux Fehlberg(4)
Instituições: Treetech(1); Treetech(2); Treetech(3); Treetech(4)
Resumo: O envelhecimento dos transformadores de potência no sistema elétrico sempre foi um assunto muito discutido, uma vez que a confiabilidade e estabilidade do mesmo sistema estão diretamente ligadas à correta operação de tais máquinas. Uma falha nestes equipamentos pode causar prejuízos extensos, muito além de apenas a interrupção do fornecimento da energia elétrica, passando por incêndios e chegando até mesmo a explosões catastróficas. Além da importância de tais informações para garantir o funcionamento da malha elétrica brasileira, a perda de vida de um transformador, calculada a partir do seu envelhecimento, é um reflexo do carregamento aplicado no mesmo, fornecendo dados importantes não só para utilização em manutenção preditiva, mas também para estimar o custo de operação e o tempo máximo para sua substituição. Partindo da necessidade de conhecer como o envelhecimento é operado em tais ativos, muitos estudos vêm sendo realizado desde o início do século passado, considerando que o envelhecimento de um transformador é dado majoritariamente pelo envelhecimento de sua isolação. Pioneiramente Montsinger, um engenheiro norte-americano, mediu e analisou a variação da rigidez à tração de cambraia (tecido utilizado no passado para isolação dos enrolamentos do transformador) em tubos de óleo, os quais foram aquecidos pelo mesmo para simular o aquecimento do óleo do transformador devido ao carregamento. Posteriormente (no final dos anos 40) Dakin propôs uma equação para relacionar diretamente o envelhecimento à temperatura do ponto mais quente do enrolamento baseando-se na equação da taxa de reação de Arrhenius, e seu resultado foi amplamente aceito pela comunidade de engenheiro eletricistas. A partir desses primeiros estudos, muitos fatores além da influência da temperatura foram estudados e acrescentados na equação, como a influência da umidade adquirida pelo papel e do oxigênio presente no meio, que são agentes catalizadores da reação de envelhecimento, sendo tais catalizadores um assunto amplamente discutido por Fabre/Pinchon e por Oomeen. Além disso, a equação proposta por Dakin foi adaptada diversas vezes, considerando outros métodos de análise para a equação de Arrhenius, como a energia de ativação da reação e o grau de polimerização do papel. Esses estudos não só possibilitaram um maior conhecimento sobre o envelhecimento da isolação dos transformadores em si, mas também levaram ao desenvolvimento de novos tipos de papel isolante, como por exemplo o papel termo estabilizado, buscando reduzir a velocidade da reação e por consequência diminuir a influência da temperatura e de outros fatores catalisadores, aumentando a resistência da isolação e possibilitando assim a aplicação de um carregamento mais severo nos transformadores atuais sem ocasionar uma perda de vida excessiva. Dentro desse contexto, este artigo é composto por uma revisão histórica e numérica dos principais métodos utilizados para o cálculo do envelhecimento e tem por objetivo servir como um guia informativo para aqueles que desejam saber o estado de vida dos seus transformadores isolados a óleo.